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Instituto de Educação da Universidade do Minho

9ª sessão dos Diálogos em Rede – Currículo, Aprendizagem e Classe Docente: Teoria Curricular Itinerante no Epicentro da Justiça Social e Cognitiva

Horas 10h - 12h30
Local Sala de Atos do Instituto de Educação, Universidade do Minho

Coordenação

Moreira, Maria Alfredo

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Descrição

O CIEd realiza a 9ª sessão dos Diálogos em Rede – Currículo, Aprendizagem e Classe Docente: Teoria Curricular Itinerante no Epicentro da Justiça Social e Cognitiva, no dia 19 de julho, às 10H00, na Sala de Atos do Instituto de Educação.

Esta sessão será dinamizada por Inês B. Oliveira, Professora do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da UNESA, Rio de Janeiro e por João M. Paraskeva, Professor de Liderança Educacional e Estudos de Políticas na Universidade de Strathclyde, Glasgow.

Inês B. Oliveira iniciará a sua intervenção por reconhecer a natureza epistemicida do campo do currículo, seja nas políticas oficiais ou nas propostas curriculares hegemônicas, algo que pode parecer desnecessário. No entanto, o debate sobre essas políticas e propostas, incluindo o modo como se configuram em diferentes realidades é crescentemente necessário e relevante. A teoria itinerante do currículo é uma proposta teórica que tem sido importante para o campo na luta contra os epistemicídios cometidos pelo modelo de escola e perspectiva de aprendizagem, influenciando, inclusive, o campo da formação docente. Nesse sentido, a sua proposta de discussão levar-nos-á às noções de justiça cognitiva e de direito à educação em ambiente socialmente sustentável como condições para a justiça social. A construção desta primeira exige a luta contra os epistemicídios, que, por sua vez, exige a compreensão dos processos por meio dos quais a Europa colonizadora os tornou possíveis para, em seguida, naturalizá-los. As epistemologias do Sul, com a sua proposta de indissociabilidade entre o campo do político e do epistemológico, os seus procedimentos e possibilidades têm-se tornado um caminho importante e promissor para o enfrentamento dos epistemicídios, bem como de outros problemas enfrentados pelas limitações do pensamento moderno na sua indolência arrogante.

João M. Paraskeva começará a sua intervenção examinando o que denomina de ‘irracionalidade da razão’ da colonialidade – como Achille Mbembe (2017; 2018) a enquadraria – uma lógica divisiva que satura a realidade. Anunciará e denunciará essa lógica divisiva como a bússola curricular do epistemicídio – uma ‘não-razão’ que atravessa o campo dos estudos curriculares – e como o currículo é o laboratório de excelência desta irracionalidade com infinitas audiências cativas. Explorará como esta lógica – que constrói socialmente uma humanidade que só é possível através da sua sub-humanidade concomitante – se encontra exaurida e incapaz de responder às sagas da sociedade precisamente porque é a razão que sustenta essas mesmas sagas sociais. Também dissecará o que desenha como por ‘síndroma de Dostoievski’ e a incapacidade de um poderoso hemisfério contra-hegemónico radical e crítico de promover uma mudança radical na maneira de pensar e fazer educação, currículo e pedagogia. Examinará, ainda, abordagens teóricas ineficazes e silêncios patológicos subscritos pela artilharia contra-hegemónica inteiramente perdida em espirais ‘reformistas’ e/ou ‘revolucionárias’ – fundamentalmente definidas ‘eurocentrologicamente.’ Encerrará a sua intervenção defendendo uma teoria itinerante do currículo que vá além das dialéticas proudhonianas e marxistas de mudança em direção a uma ‘transcrítica’ não derivativa (Karatani, 2003) e estabeleça um compromisso de ‘co-habitus radical’ com as epistemologias do norte global e do sul global, tentando assim compreender melhor a diferença e a diversidade infinitas do mundo.